Em sua essência, a Creator Economy vem sendo dominada por criadores B2C, que muitas vezes são focados em entretenimento e consumo direto. No entanto, uma nova força tem emergido, os "criadores B2B", ou, como alguns preferem, "B2P" (business to professional) ou Business Influencers.
Pra falar a verdade, é tudo tão novo, que ainda nem temos um nome definido ao certo para essa turma…
Olhando de perto, a principal diferença entre creators tradicionais e os B2B é que o segundo desfruta de audiências compostas, majoritariamente, por profissionais, sejam eles consumidores individuais ou tomadores de decisão em empresas.
E aí é onde mora o grande diferencial desse grupo de creators, até então desconsiderados pelas marcas e agências, que nunca deram a atenção devida, justamente por suas especificidades. Além disso, quase sempre sendo vistos como "patinhos feios".
Mas não é só isso…
Diferente dos demais creators, a principal rede social dos B2B Creators é o LinkedIn e seu modelo de monetização passa longe dos tradicionais de plataformas como YouTube ou Instagram.
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Sempre é bom lembrar que B2B Creators já estão há muito tempo por aí — e fazendo bons negócios, muito bem, obrigado! Mas algo vem fazendo com que os holofotes passem a ser colocados nesse pessoal.
Primeiro, é perceptível o investimento do LinkedIn para tornar os usuários da rede
em creators.
Segundo, os grandes festivais decidiram que 2025 seria o ano de estreia desse grupo em suas agendas. O SXSW e o Cannes Lions estão aí para provar. Em Austin, tivemos a primeira discussão sobre o tema. Em Cannes, o LinkedIn liderou as conversas sobre marcas B2B e sobre creators, é claro.
Mas voltando aos B2B Creators…
Para falarmos sobre B2B Creatos, precisamos entender sobre como esse grupo reivindica influência. Sim, ela mesma! Creators do mundo profissional são influentes por conta de suas experiências e conhecimentos em alguma área de negócios.
É importante ressaltar que nesses casos, a expertise e a experiência chegam antes de qualquer coisa. Já a influência não vem por ter viralizado fazendo uma dancinha ou uma trend. Ela vem por conta do conhecimento em suas áreas de atuação.
- Como?
Exatamente como você está pensando…
Por meio da produção de conteúdo, que mostra o que sabem. E posso falar com tranquilidade, a maioria das pessoas com as quais trabalhei nos últimos 4 anos, começaram a produzir conteúdo em busca de relevância nas suas áreas.
Monetizar sua expertise não estava nos planos destas pessoas, mas quando o primeiro pedido de orçamento da vida chega, muitos deles dão tela azul. Muitas dessas pessoas me pediram para precificar o trabalho delas, pois não sabiam quanto cobrar em uma publicidade.
Do lado de cá do balcão, percebo que as marcas estão dispostas a testar novos canais. Além do mais, a escassez de criadores B2B significa uma oportunidade das grandes para quem se arrisca nesta águas.
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Um dos diferenciais mais perceptíveis é a qualidade e o poder de sua audiência, contrastando com a ideia de que o que importa é apenas a quantidade de seguidores.
Enquanto criadores B2C muitas vezes buscam milhões de seguidores para campanhas de conscientização em massa, o valor para criadores B2B reside no engajamento e na intenção de sua audiência.
Por conta da forma como a plataforma se organiza, o contato direto com as pessoas é muito mais fácil do que em outras redes. Também é notória que a barreira de entrada, especialmente no LinkedIn, onde o conteúdo é baseado em texto, é menor. Isso ajuda muito as pessoas a mostrar seus conhecimentos para o mundo.
E aí, o céu é o limite… ainda que o mergulho não seja um mar de rosas.
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Olha, falo com propriedade que são muitos, mas vou tentar ser objetivo.
Primeiro, começa pelo desafio de padronizar a remuneração. Eu já recebi orçamentos que os valores transitaram de R$ 500,00 a R$ 40.000,00 para creator com as mesmas características. Isso acaba tornando a precificação um campo minado e um grande desafio para marcar e creators.
A ameaça da Inteligência Artificial (IA) é real, especialmente para quem tem um viés de educação, já que a IA pode fornecer certas informações de forma mais barata, ainda que não substitua o conhecimento humano. Então, o foco deve ser na construção de comunidades fortes, interessadas em seu ponto de vista único.
A competição crescente, tanto de outros profissionais entrando no espaço, quanto da própria IA, exige adaptação por parte desses creators. Ah, aqui também se aplica aquele conselho de não guardar todos seus ovos em uma única cesta!
Diversificar as fontes de receita e não depender de uma única plataforma é obrigatório, pois o que a gente vê são as mudanças de algoritmo impactando drasticamente o alcance e a monetização.
Para concluir…
O sucesso de um B2B Creator reside na autenticidade, na capacidade de construir uma comunidade engajada e na disposição em se adaptar. Além disso, aspectos como relevância social e legitimidade devem ser levados em conta.
A transição de um "patinho feio" para um "cisne" não é apenas sobre a monetização, mas sobre o reconhecimento do valor intrínseco do conhecimento profissional e da confiança que se estabelece com uma audiência altamente qualificada.
A oportunidade é imensa para quem tiver disposição para começar, ensinar e inovar, transformando sua expertise em influência e impacto duradouro.
Vamos nessa?
Até nosso próximo artigo!
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Escrito por: Erih Carneiro,
Founder da Gombo Agency.